O Los Angeles Dodgers sabia desde o ano ado que não contaria com Shohei Ohtani arremessando no início da temporada. Até por isso, a franquia foi ao mercado buscar várias opções para deixar a rotação bem recheada, para realizar um programa de recuperação cuidadoso do japonês, sem precisar acelerar o retorno ao montinho. No entanto, chegamos quase à metade da temporada e… os Dodgers sentem a pressão para acelerar o retorno do Ohtani arremessador.
Desde maio o jogador tem feito partidas simuladas semanais, enquanto segue atuando como rebatedor designado. Até o momento, o resultado tem sido positivo. Os Dodgers, porém, seguem conservadores no tratamento, projetando a volta ao montinho para julho. Na verdade, isso é até uma mudança no que se imaginava no começo do ano, quando o retorno era estimado para abril ou maio (e, depois ainda foi para junho).
O que deixa os Dodgers tão reticentes em recolocar Ohtani na rotação é a natureza da operação pela qual o jogador ou no ano ado. O japonês fez sua segunda cirurgia Tommy John no cotovelo direito. A taxa de sucesso de arremessadores que aram por uma TJ é bastante alta, mas o mesmo não ocorre após a segunda. Há casos de jogadores que voltaram em alto nível, mas ainda são minoria.
Por isso, Ohtani se submeteu a uma nova forma de realizar a TJ. Ela promove uma reconstituição teoricamente mais natural (portanto, mais segura e resistente) do ligamento. Mas ainda é uma tecnologia recente, sem um vasto histórico de casos para se saber se os resultados são consistentes em longo prazo.
Os Dodgers estão cientes disso desde o começo, tanto que investiram para reforçar a rotação com Blake Snell e Roki Sasaki, que se juntariam a Clayton Kershaw, Tyler Glasnow, Yoshinobu Yamamoto, Dustin May, Tony Gonsolin, Landon Knack e Bobby Miller. São nove abridores no total, com os cinco primeiros tendo condições de serem o ás de qualquer franquia. Ou seja, Ohtani entraria em uma rotação de 6 que ainda teria quatro nomes para substituir em qualquer eventualidade. É gente de sobra.
Mas aí o mundo real chega, atropelando as projeções do papel. Neste momento, Sasaki, Snell, Glasnow e Gonsolin estão no departamento médico. Miller e Knack foram rebaixados para o Oklahoma City Comets por falta de rendimento (talvez eles ficassem no triple-A mesmo, mas por falta de vaga, não por desempenho). Kershaw e May até estão jogando, mas em um nível abaixo do que faziam em outros momentos. Sobrou Yamamoto jogando em alto nível.
Sem abridores saudáveis, a rotação que teria até dez opções tem de improvisar. Ben Casparius teve de ser promovido do bullpen para a rotação ficar com quatro nomes, um a menos que o ideal. Sim, está faltando arremessador titular nos Dodgers. Não surpreende que o Los Angeles tenha apenas a 22ª rotação da liga em ERA e que o time não esteja dominando o Oeste da Liga Nacional como se imaginava. Após quase metade da temporada, o atual campeão da World Series sente a pressão de San Francisco Giants e San Diego Padres.
O cenário aumenta a ansiedade de todos pelo retorno de Ohtani, mas a diretoria segue firme no plano de segurar o japonês. A previsão de estreia no montinho segue para julho, e a justificativa é ter convicção de que ele terá ótimas condições de jogo em outubro (playoffs) e nos próximos anos. Para um jogador que ainda tem oito anos e meio de contrato e é o mais bem pago dos esportes americanos em salário anual, dá para esperar um mês a mais ou a menos ao invés de colocar qualquer coisa em risco.
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TRÊS STRIKES
1) A College World Series começa neste fim de semana. As oito equipes que disputarão o torneio são Arizona, Arkansas, Coastal Carolina, LSU, Louisville, Murray State, Oregon State e UCLA. Todas as partidas serão disputadas no estádio Charles Schwab, em Omaha (Nebraska), e terão transmissão no Disney+. As finais estão programadas para 21, 22 e (se necessário) 23 de junho com transmissão também nos canais ESPN.
2) O arremessador Wade MIley, do Cincinnati Reds, foi citado na investigação da morte do também arremessador Tyler Skaggs, vítima de overdose de opioides antes de um jogo do Los Angeles Angels contra o Texas Rangers em 2019. Ryan Hammill, ex-empresário de Skaggs, disse que a primeira vez que seu cliente teve o a remédios com oxicodona foi por meio de Miley, quando jogaram juntos no Arizona Diamondbacks entre 2012 e 13. Não é a primeira vez que o nome de Miley aparece como um dos responsáveis por fornecer remédios controlados dentro do vestiário. Outro jogador que já teve o nome envolvido nas investigações foi Matt Harvey, que itiu ter fornecido drogas para Skaggs quando defenderam os Angels. A única pessoa presa no caso é Eric Kay, funcionário do departamento de comunicação dos Angels que forneceu os remédios diretamente ligados à morte de Skaggs. Miley está sendo indiciado no processo civil aberto pela família de Skaggs na Califórnia.
3) O arremessador Hunter Dobbins, do Boston Red Sox, afirmou antes de abrir o jogo contra o New York Yankees no último domingo que jamais jogaria no time nova-iorquino. Ele, inclusive, “preferia se aposentar” a vestir a camisa da franquia. O motivo de tamanho ódio é que seu pai, Lance, teria sido draftado duas vezes pelos Yankees e negociado com os Diamondbacks. Essa informação sobre Lance, ex-arremessador, até aparece na biografia de Hunter no material de imprensa da Texas Tech e do Boston Red Sox. No entanto, o jornal New York Post decidiu checar, e não há nenhum registro de que Lance Dobbins tenha sido recrutado pelos Yankees e negociado com os Diamondbacks. Sua carreira profissional foi curta e incluiu apenas agens por ligas independentes. Questionado sobre isso, Hunter disse que já cresceu odiando os Yankees e isso não vai mudar, mas que não ia checar as histórias que seu pai (hoje instrutor de arremessadores) conta de seu ado.
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Quinta, 19/jun
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